Apesar de toda a dificuldade, o Brasil tem alguns fatores positivos que podem ser determinantes para a recuperação. Além de ter uma economia interna forte, autossustentável e balança comercial positiva, o país tem reservas que são uma boa proteção a ataques especulativos.
Nesse contexto, a construção civil pode contribuir e muito porque é um setor que gera empregos e movimenta toda a economia, direta e indiretamente. O próximo governo vai depender do setor, porque não tem recursos. Vai precisar do setor privado. Para isso, terá que dar condição jurídica, de crédito e elaborar planejamento em que as empresas possam confiar, não só as empresas brasileiras, mas também investidores estrangeiros.
Além da crise econômica e política, com todas as dificuldades a elas inerentes, o setor tem se deparado com problemas que surgem com frequência, tomando muito tempo e energia das empresas na busca por soluções, como as questões de distratos, cobrança de comissão em apartado, mudanças em planos diretores urbanísticos, questões relativas ao IPHAN, além de constantes ataques ao FGTS.
Nesse sentido, a Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC) está trabalhando junto a todos os candidatos à Presidência do País, pedindo segurança jurídica e melhoria na concessão de crédito a todos os presidenciáveis e também com o Banco Central e a Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança (Abecip), visando encontrar um caminho para solucionar os diversos problemas que os empresários estão enfrentando, no que diz respeito ao crédito imobiliário e parcerias com os bancos.
O mercado Imobiliário tem muito ainda para crescer. Apesar da sua importância na economia, a participação do crédito imobiliário no Produto Interno Bruto (PIB) ainda é muito pequena, se comparada a outros países, como mostra mapa elaborado pela Abecip.
A inflação e os juros controlados são muito importantes para o crescimento do mercado imobiliário, mas é necessário trabalhar na melhoria da concessão de crédito, para que as empresas voltem a fazer lançamentos.
O mercado já vem dando sinais de reação que será mais percebida durante o ano de 2019.
Desde 2016, a CBIC faz um acompanhamento do mercado imobiliário Nacional.
Percebe-se um aumento nos lançamentos, porém menor que o aumento nas vendas, com consequente diminuição da oferta. Observando a série histórica, verifica-se uma redução intensa na oferta, a cada seis meses. A oferta de imóveis existente no final do 2º trimestre de 2018 acaba em 12 meses, se for mantida a média de vendas do trimestre.
Por outro lado, o segundo trimestre de 2018 atingiu o maior patamar em vendas da série histórica. A construção civil, assim como o mercado imobiliário, tem hoje uma grande oportunidade para crescer, porque muitos brasileiros ainda não compraram seu primeiro imóvel. Os recursos da caderneta de poupança estão voltando. Existe um grande déficit habitacional e demanda.
A nova resolução do Bacen poderá abrir possibilidades novas. A expectativa é de que efetivamente funcione. Espera-se a criação de novos produtos pelos bancos.
A tendência é de retomada do mercado imobiliário, mas para tanto é necessário melhorar o acesso ao crédito, para possibilitar novos lançamentos.
É muito importante também preservar o Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS), porque seus recursos aplicados em habitação, infraestrutura e saneamento, acabam se traduzindo em emprego, geração de impostos e de renda, retroalimentando o próprio sistema.
Fonte: CBIC